terça-feira, 23 de outubro de 2012

Escolas do DF incluirão direito das mulheres nas matérias em 2013


Medida é inédita no país e vale para instituições públicas e particulares.
Resolução foi publicada após aprovação do Conselho de Educação do DF.
A partir de 2013, o direito das mulheres passa a ser tema obrigatório nas salas de aula de escolas públicas e particulares do Distrito Federal. Temas como preconceito e violência envolvendo mulheres deverão ser abordados dentro de disciplinas que já fazem parte do currículo escolar, como português, sociologia e história.
A Secretaria de Educação informou que os professores das escolas públicas serão treinados até o fim deste ano.
A resolução que trata do tema foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal de 18 de outubro, após aprovação do Conselho de Educação do DF. Segundo o conselho, a iniciativa é inédita no país.
O presidente do conselho, Nilton Alves Ferreira, informou que o órgão considerou o fato de o Brasília ter o maior número de denúncias de maus tratos a mulheres. “A gente acredita que a criança, o adolescente, ao aprender na escola a respeitar a mulher, quando se tornar um adulto não irá agredi-la”, disse Ferreira.
A historiadora e doutora em educação Renísia Cristina Felice diz que o assunto já é discutido em algumas escolas, mas que a resolução é positiva porque obriga que todas façam o mesmo.
”A educação é o espaço que não só implementa políticas, mas que reproduz alguns valores da sociedade. Mas você constrói outros valores, e a educação é espaço para que isso aconteça”, diz a especialista.

Recorde em denúncias
A Central de Atendimento à Mulher no Distrito Federal, com serviços prestados pelo Ligue 180, recebeu 303,14 ligações a cada grupo de 100 mil mulheres entre janeiro e março de 2012. A taxa indica que o DF é líder no ranking nacional de chamadas para o número.
Em seguida aparecem os estados do Espírito Santo (275,15 a cada 100 mil mulheres), Pará (270,54), Mato Grosso do Sul (264,74) e Bahia (264,03). A Secretaria da Mulher do governo do GDF também tem um programa que atende somente casos de violência doméstica. O telefone é o 156, opção 6.

Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/10/escolas-do-df-incluirao-direito-das-mulheres-nas-materias-em-2013.html

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Casos de violência à mulher chegam a 1.400 este ano no Entorno do DF

Jovem de 21 anos diz que sofreu ameaças no casamento durante três anos.
Criada há seis anos, lei Maria da Penha quer encorajar vítimas a denunciar.
A Polícia Civil já registrou cerca de 1.400 casos de violência contra a mulher nas cidades goianas localizadas no Entorno do Distrito Federal, de janeiro a agosto deste ano. O número já chega perto dos casos registrados em todo ano passado, aproximadamente 1.900.
Entre as estatísticas, está o caso de uma jovem que sofreu ameaças por parte do marido durante três anos. Segundo a esposa, que preferiu não se identificar, a sua vida mudou completamente. Com lágrimas nos olhos, ela conta o que sofria no relacionamento
“Ele me empurrou na parede e deu dois tapas na minha cara. Ele falou que ia me matar, quando ele abriu a gaveta, eu saí correndo. Ele disse que se me pegasse na rua ia me dar um tiro na testa e que não ia ficar de graça”, relata a jovem.
De acordo com ela, o marido mudou o comportamento após o início do casamento: “Eu passei a não ter paz, não poder dormir. Era complicado viver. Por isso, hoje eu me separei e pronto. E acabou”.
Outro caso que também chamou a atenção foi o de uma adolescente de 17 anos morta a tiros no último final de semana em Águas Lindas. Segundo a Polícia Civil, o ex-companheiro, que já foi preso, é o principal suspeito. São crimes como este que, segundo a delegada da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Dilamar Castro, não param de aumentar, mas a mulher tem tomados atitudes diferentes.
A lei Maria da Penha, criada há seis anos, está conseguindo mudar este cenário, acredita. É cada vez maior o número de mulheres que estão denunciando os agressores e dessa forma dando um basta à violência doméstica: “Hoje as mulheres não esperam ser agredidas como acontecia no início da lei Maria da Penha”, diz.
Psicologia
Para o psicólogo André de Jesus, as mulheres que antes eram vítimas, agora se sentem protegidas pela lei. E é esse o principal motivo para o aumento no número de denúncias.
“Primeiro, vem a informação, que é fundamental. Elas precisam saber que elas têm esse direito e não podem estar subjugadas na sociedade por condição nenhuma. E quando ocorre a denúncia e os órgãos público fazem a sua parte, isso acaba chegando à sociedade e encorajando também", explica.
Veja número de ocorrência registradas, segundo dados da Polícia Civil:
 Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/casos-de-violencia-mulher-chegam-1400-este-ano-no-entorno-do-df.html